Perfeição

24/02/2020

Singularidade e inexatidão


Difícil de enfrentar a realidade, difícil de explicar a beleza pura. Venha e vá, respire e sorria. Então, humano, então, seja perfeito. Falso para ser formoso, belo, mesmo que doloroso.

Os espelhos não aceitam sua essência real, eles fizeram isso ficar insuportável, intolerável, inevitável. Seu reflexo parece deformado, ele foi modificado? Alterados, seus olhos foram transformados. Agora já amargurados, provam do dissabor do padrão alienado.

Imaginável, intocável, suas distorcias linhas faciais lhe tornam admirável. O cintilante verde dos teus tristes olhos permeia tua existência calorosa, chorosa, desgostosa. E a ânsia por perfeição necrosa os resquícios de uma alma bondosa.

Você não está dentro de seus conceitos? É vazio e está frio, você pode sentir os calafrios. Sei que se fosse você, aceitar-se-ia, não choraria, não se desgastaria.

Perfeição? Qual a semântica? Provém da ignorância, desemboca na intolerância, e acentua-se na relutância em aceitar a imanência singular de quem deseja ser o próprio lar, sem se veicular a uma estética popular?

Mas qual é o antídoto? Aceitação? Conscientização de que perfeição é um conceito impreciso e indefinido?

É amar a si próprio e ver-se fascinante, deslumbrante, cintilante, amante da perfeição em harmonia com inexatidão da beleza pura.

© 2020 Roendo letras por Audrey. Todos os direitos reservados.
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